quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Poesia do Yage

Yage é uma viagem espaço-tempo.
O quarto parece sacudir e vibrar com movimento.
O Sangue e a essência de muitas raças:
negros, polinésios, mongóis da montanha
nômades do deserto, poliglotes do Oriente Próximo, índios,
novas raças ainda não determinadas
e por nascer e combinações ainda não descobertas
passam através do meu corpo.

Migrações, incríveis viagens através de desertos,
Florestas e montanhas
( Marasmo e morte em estreitos vales montanhosos
onde plantas brotam da pedra
e enormes crustáceos eclodem e quebram a concha do corpo),
através do Pacífico num catamarã
para a ilha da Páscoa.
A Cidade Composta onde todos potenciais humanos
estão espalhados num vasto e silencioso mercado.

Minaretes, palmeiras, montanhas, florestas.
Um lento rio onde pulam peixes defeituosos,
enormes parques tomados pelo mato
onde meninos deitam na grama...

(William Burroughs, no original em prosa no livro Cartas do Yage)

Nenhum comentário:

Postar um comentário