sexta-feira, 16 de julho de 2010

São os mínimos pêlos, claros, da barriga que em calor se arrepiam
Dessas rochas de recôndita vida, são por essas belas ancas,
Que minha alma feito carne sobre seu corpo ainda vibra
Por todas as manhãs que hão de vir ainda,
ou as noites que já foram um dia.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Assim cantava a morte

Assim cantava a morte:
Nada é o que me sobra
O que me sopra: coisa nenhuma.

De tudo que tive só vermes é o que me resta.
E o que me fica de testamento, como testemunha:
As latas no chão, a sujeira do dia após a festa

E pela fresta da vida, da janela cobro-lhes os juros
Pelos furos que deixei na estrada de minhas vindas

Suas vidas nas minhas entranhas
são coisas nenhuma em ruínas