terça-feira, 29 de junho de 2010

Veículos em transição

Observar a disposição
dos corpos em lugares:
cadeiras, espaços, em branco,
em bancos em letras e sons

E o seu trono fixado ao centro.
(Arbitrária origem)
De uma linha reta, arbitrariamente,
Infinita
Que lhe toca em sua paralela.

Corra selvagem, em extintos pés
de arderem as solas da Terra
Pelas rodas de seu chassi amargo
de pneumático azul a guiar.

andar pela cidade com falsos pés,
nós protozoários pluriformes,
e desagradavelmente deformes
em falsos céus

Nuvens de giz de cera
Voe pelos ares em ondas do pacífico.

São pedras no meio do caminho
Ladeira a baixo
Andando sobre seus ciclos.
Seus tempos e sua mente
sua lúcida visão
alva de nevoeiros vertiginosos.

Sobre esse monte estão as musas
Esplenomegálicas
Construídas nesse escarro de asfalto
Espírito entre margaridas
Céu e Inferno

Barro e tinta e carne!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Viajante

O corpo inclinado pra frente, e um tanto metido.
De vértebras côncavas para o desconhecido.
Encarar a loucura com a mente lúcida e plástica,
E os olhos raros no ar giram ébrios a pestanejar
buscando sempre a fuga e o incompreendido

Completar a surrealidade de um sonho maldito:
O desespero da sorte de quem desfia e desafia
o fio da morte.

Ao fundo a beleza e o horror a lhe contemplar
a solidão de uma viagem pelo deserto
Cabelo desgrenhado revolto em ideias
de gritos bêbados, mudos e silêncios selvagens
e um sorriso vão e vago de um histrião liberto
das correspondências escritas em teias do mundo.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

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Vermelha Mulher construída
com gotas de chuva

Encheu os copos
Molhou os corpos
e embaçou os óculos dos rapazes.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

"My Wild Love"

Vultosos cabelos despencam em cachos,
Este vulto negro em que nado em suas melenas,
Sobre as costas cai, languidamente, essa cachoeira
De flores a sua direita, sobre suas orelhas.

São fortes e levantados os traços das sobrancelhas
Abaixo estão seus olhos de miolo de girassóis:
Que me olha e se assusta feito bicho selvagem
Ao se deparar na água com sua própria imagem

Ah, bicho que deita na relva de meus lençóis!

Dê a mim como se doa a alma ao demônio e a fé a Deus.
Banhe-se nas espumas que surge Afrodite Pandemos
E veja, e sinta o gozo que brota do sétimo céu
Para assim, entre nossas coxas, qual pecadores que somos
nos perdermos.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

foto do orkut da clara

Me encante corpo de anjo
Me encante em verde verbo em azul
Me faça branco em sinfonia de abelha

Te faço clara em corpo
Te faço em rock,
te crio entre ninfas e bosques

Flor de Narciso nascendo
Ou um Nenúfar na mão enquanto
Morrem as camélias.

flores do jardim da Babilônia
presas atrás da tua orelha
me sorriem amor e sintetizam
saudade.