quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sobre a rosa o pássaro e o cigarro

Intercalar carnês
de novos mundos desbravados
Corrigir jornais
ser o melhor do melhor do mundo
em empilhar avisos da Unimed

De tudo isso o que sobrará?
os carnês não serão pagos
os jornais não serão lidos
A Unimed falirá com tantas pessoas
querendo Medicina
E o mundo morrerá
sem acreditar no amor

7 vezes
12 vezes renegado

São todos que não têm tempo
que são trens
que são coisas
e que esquecem do amor
Como os que não têm tempo para Deus
Como eu que nunca tive
preferi pensar em Mana, Clara, Júlia,
senha do facebook...

Preferi acreditar na Beleza
na tosca flor que nasce rompendo o asfalto de minha carne
Colhi essa flor que virou cinza de cigarro
Li fragmentos de um discurso amoroso para tentar entender
então peguei o amor e o dichavei ainda mais

O amor rompeu minha pleura
e se alastrou feito pneumotórax
e apitou e assoviou esse pássaro
que tenho nesse mundo aqui dentro

Pássaro suicida se matou enforcado em minhas veias
e de suas cinzas plantei essa fênix em meu peito
e adubei com açúcar até nascer rosa...

E vi meu amor partir feito pássaro
em voo incompleto

foi-se embora com um amigo
foi-se embora com alguém
irá para o estrangeiro

e a mim sobrará cinzas para renascer o amor
como quem retorna a intercalar carnês...

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