Por que há tantos blogs por ai? E a maioria buscando sempre um estilo irônico-sarcástico, que acaba caindo no ridículo, tentando parecer engraçados e ao mesmo tempo ácidos.
Pode ser que esse texto também acabe virando-se contra si mesmo e torne um texto dos quais eu critico no momento, não estou à parte dos erros e nem me sinto melhor escritor do que qualquer blogueiro.
Estou aqui escrevendo o que qualquer outro blogueiro escreveria ou já escreveu, talvez seja pingar no molhado ou qualquer outro tipo de dito popular que se encontra estilosamente escrito nos blogs afora.
Mas pulando toda essa introdução na qual tento me livrar - em vão - da responsabilidade do que escrevo, falarei do que mais me incomoda nesses diários modernos.
O que mais me irrita, principalmente, é a busca forçada de um estilo para auto-afirmação: um palavrão escrito em letras maiúsculas para dizer que você está pouco se fodendo para os outros; uma palavra propositalmente riscada pra fingir um ato-falho e mostrar o quanto você é irônico; uma história de sexo, drogas e bebedeiras para exibir que sua intelectualidade está além dos clássicos e que prefere Bukowski, Jack Kerouac e mais alguns da literatura marginal.
Não estou criticando quem utiliza palavrões, ironias ou que lê toda a geração beat, mas aqueles que escrevem e fica nítido o quanto forçaram ao escrever aquilo e soou falso. Como diria Graciliano Ramos: “A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.”
E não tem como dizer aquilo que não se sabe, a ficção não é uma mentira - talvez seja esse o grande erro da maioria - a ficção serve como uma lente da realidade, é a forma metafórica de escrever sobre o que se vê e se sente; é a representação sintética do mundo.
Outro grande defeito de alguns blogueiros é achar que nasceram com o dom da escrita, que a arte de escrever é inerente a eles e que livros literários são grandes bobagens para pseudo-intelectuais. Não se aprende a escrever apenas sabendo gramática e palavras, isso é o de menos, a gramática é quase que o sistema opressor que não deixa que o texto vire uma anarquia e ninguém entenda nada.
Na verdade, acho que fui severo demais com a gramática, ela tem sim sua importância, mas secundária; coadjuvante, seria como o baixo em uma música, ele está lá fazendo o fundo, bem baixinho, mas se tirá-lo da música estraga tudo. Não, não sei, acho que a gramática é um pouco mais importante, The Doors não tinha baixo.
O que se pode tirar de tudo isso é que depois de House o sarcasmo virou moda.
E eu dou graças por ter virado moda. Eu andava muito fora de moda e hostilizado antes dessa moda entrar =]
ResponderExcluirLembro de quando era um pequerrucho gordinho que se livrava dos coleguinhas mais "cruéis" com piadas sarcásticas. Eu cresci comendo isso no café da manhã. Só que graças ao São House (e outros ícones hollywoodianos) junto a uma tendência de ser contundente e divertido ao mesmo tempo, não estou só. Claro que o sarcasmo, como qualquer outra forma de expressão, tamém pode ser uma forma de arte a ser aperfeiçoada.
E ele serve para que críticos contundentes, como o senhor, não fiquem parecendo tão revoltados, amargos e sem graça. ;] (emoticon sarcástico, só para não ficar sem)
Mas o texto pelo menos foi bem escrito e a gramática decente. [/chato]
ADOREIII gordinhooo..eu aqui com minha deficiente gramatica, e total ignorancia literaria venho "corujar" teu texto e dizer que tudo oque vc faz é lindo que eu amo demais vc... MEU ORGULHO VERDADEIRO!
ResponderExcluirtudo que vc escrever eu vou achar lindo.. pode até me chingar ai hahhaah
amo vc meu amor
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTem um cara (Richard Sennett, em "O Declínio do Homem Público: as tiranias da intimidade"...Não estou me exibindo, ok?!) que diz que hoje ninguém mais quer ler poesia, só querem escrever poesia.
ResponderExcluirEsse seu texto dá uma tese de mestrado, doutorado.
Você acabou que foi: sacartico, cool, se auto-afirmou.
Bom texto.Eu ri!