O ateísmo não pode nos tornar céticos, o artista não nega a vida. A racionalidade é muito mais louca e esquizofrênica. Pensar é enlouquecer, sentir é viver. Escravo do que sinto não me incomoda chorar vendo novela, ainda que eu nunca tenha assistido.
O que nos torna louco é a calma. O silêncio da noite escancara nossos medos. Mas Deus é esse vento que me sopra do nono andar, é o mais divino que eu posso encontrar por entre estrelas enquadradas em minha janela. Tento ser o mais sublime com meus olhos, vejo luzes de Bertoluci nos postes de Goiânia e a metafísica de se comer no pit-dog em frente a Igreja. Um dia bêbado quase morri com um pedaço de bacon na garganta. E sei que minha morte será patética como todas as mortes são patéticas, e ainda assim irão chorar quando morrer.
A arte a loucura e transgressão
O feio choca, mas não perdura. A arte é necessariamente bela, a arte de qualidade. Rimbaud diz sobre o feio, sobre o grotesco, mas sua escrita é muito bem trabalhada, é a artesania das palavras. Picasso desfigura o real, choca, mas ele nunca será um Salvador Dali. O próprio Salvador Dali no livro "Libelo contra arte Moderna" diz:
"1) Ele foi enganado pela feiura
2) Ele foi enganado pelo moderno.
3) Ele foi enganado pela técnica.
4) Ele foi enganado pelo abstrato"
A modernidade interpretou muito mal a frase de Rimbaud: "Uma noite, sentei a Beleza em meu colo. - E achei amarga. - Injuriei"
Não há necessidade de querermos ser modernos, isto bastou para Rimbaud. Nós somos modernos, querendo ou não. A linguagem em transformação, a língua sendo viva e evolutiva, não no sentido de qualidade, mas de estar sempre em transformação já dá ao poeta toda modernidade que ele precisa.
Se por um lado Rimbaud diz: "Il faut etre absolument moderne", posteriormente Lorca dirá:
"Pintor, não te ocupes
em ser moderno.
É a única coisa que,
infelizmente,
não importa o que fizeres,
não poderás evitar de ser.
Eu canto teu desejo
de eterno limite."
É necessário que o artista conheça seu limite. Somente atitude não basta para arte. Os acontecimentos passam, a arte fica. O artista deve sim reconhecer sua loucura, para que somente assim ele possa controlar. A loucura não está em bigodes, roupas estranhas e um dente a menos. A loucura pouco produtiva se esconde na camisa de força do cotidiano. Dali não tem nada de louco ou esquizofrênico. Rimbaud ficou louco quando abandonou a arte. Como diria Bukowski no Amor é um cão dos diabos:
" que eles querem
Vallejo escrevendo sobre
solidão enquanto morria de
fome;
a orelha de Van Gogh rejeitada por uma
puta;
Rimbaud correndo para a África
em busca de ouro e encontrando
um caso incurável de sífilis;
Beethoven ficou surdo;
Pound foi arrastado pelas ruas
numa gaiola;
Chatterton tomou veneno para rato;
o cérebro de Hemingway pingando dentro
do suco de laranja;
Pascal cortando os pulsos na banheira;
Artaud trancado com os loucos;
Dostoiéviski de pé contra um muro;
Crane pulando na hélice de um barco;
Lorca baleado na estrada pelo exército
espanhol;
Berryman pulando de uma ponte;
Burroughs atirando na mulher;
Mailer esfaqueando a sua;
- é isso o que eles querem:
o danado dum show
uma placa luminosa
no meio do inferno.
é isso que eles querem,
aquele bando de
estúpidos
inarticulados
tranquilos
seguros
admiradores de
carnavais."
Deus está morto, mas a arte ainda consegue ser redentora.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
domingo, 25 de março de 2012

Ao longe o som ruge e se aproxima como vento.
As árvores do canteiro central não são tão belas à noite. E calmamente de me desesperar
um renque de homens de pedra vestidos de luto, moribundos do centro
de peles queimadas pelo tempo
cantam um triste canto gregoriano, em ais de desespero e vazio.
da camisa branca rasgada e a barba crescendo vejo a imagem de cristo na Via Crúcis na avenida principal por dentro desse beco em que se encontra uma floresta escura e sem saída.
E perdidos com cruzes marcadas nos dedos, os pecados nas rugas da testa
A morte beija-lhes as orelhas e com dedos de loucura toca-lhes as almas.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Ônibus-Rosa( ou poesia gay de açúcar)
é quando se pensa
e palavra é corpo
e sentido é mudo
e do verbo se fez carne
como*/ quando pegamos dengue
ou batemos o carro
só por falar...
ou de gritar mudo seu nome
só para te inaugurar
na minha frente
procurando um banco
para se sentar
um banco vago
bem ao meu lado
Obrigado, Senhor
O sangue de cristo tem poder
Aleluia irmãos!!
é por isso
que isso
se chama Ônibus.
teve até aquele hidrante jorrando na frente dos bombeiros, só para deixar tudo mais poético
e lógico crianças
quase morrendo
quase sendo atiradas para fora do Ônibus
seria tragicômico
você se indgnaria?
lógico
mas é preciso que crianças morram para que exista anjos
igual aquele poema do bandeira sabe...
da Jaqueline morta
-não...
não gosto de ler
aquele q fala assim: “jaqueline morreu menina jaqueline morta era mais bonita do que os anjos
os anjos!... bem sei que não os há em parte alguma. O que existe são meninas extraordinariamente belas
mortas
como anjos...”
droga, esse final é meu
é improviso
tchk tichk pray
curte rap?
gosto
gosta de racionais?
não.
então você não gosta de rap...
mano brown é um poeta, mana
já ouviu aquela música que ele fala de uma lágrima?
já
“o que é e o que é clara e salgada cabe em um olho e pesa uma tonelada tem sabor de mar pode ser discreta...”
não gosto de música.
haha, nem de tom Zé
não.
Nem de poesia
não.
nem de beber?
de beber eu gosto, mas não bebo mais
a criança aquela que não morreu
nem é anjo, nem santa olha
e nos sorri engraçado
eu curto
eu não.
não gosta de criança?
não.
e aquele dia em frente a entrada de algum show na ufg que eu não me lembro que você brincava de vestido rodado e cabelos soltos com uma criança
não lembro disso.
Hidrante jorrando poesia
entre a criança
o teu riso
e tuas ironias.
*Já se passara a hora do almoço, comeria teus olhos se não brilhassem feito pedra
e palavra é corpo
e sentido é mudo
e do verbo se fez carne
como*/ quando pegamos dengue
ou batemos o carro
só por falar...
ou de gritar mudo seu nome
só para te inaugurar
na minha frente
procurando um banco
para se sentar
um banco vago
bem ao meu lado
Obrigado, Senhor
O sangue de cristo tem poder
Aleluia irmãos!!
é por isso
que isso
se chama Ônibus.
teve até aquele hidrante jorrando na frente dos bombeiros, só para deixar tudo mais poético
e lógico crianças
quase morrendo
quase sendo atiradas para fora do Ônibus
seria tragicômico
você se indgnaria?
lógico
mas é preciso que crianças morram para que exista anjos
igual aquele poema do bandeira sabe...
da Jaqueline morta
-não...
não gosto de ler
aquele q fala assim: “jaqueline morreu menina jaqueline morta era mais bonita do que os anjos
os anjos!... bem sei que não os há em parte alguma. O que existe são meninas extraordinariamente belas
mortas
como anjos...”
droga, esse final é meu
é improviso
tchk tichk pray
curte rap?
gosto
gosta de racionais?
não.
então você não gosta de rap...
mano brown é um poeta, mana
já ouviu aquela música que ele fala de uma lágrima?
já
“o que é e o que é clara e salgada cabe em um olho e pesa uma tonelada tem sabor de mar pode ser discreta...”
não gosto de música.
haha, nem de tom Zé
não.
Nem de poesia
não.
nem de beber?
de beber eu gosto, mas não bebo mais
a criança aquela que não morreu
nem é anjo, nem santa olha
e nos sorri engraçado
eu curto
eu não.
não gosta de criança?
não.
e aquele dia em frente a entrada de algum show na ufg que eu não me lembro que você brincava de vestido rodado e cabelos soltos com uma criança
não lembro disso.
Hidrante jorrando poesia
entre a criança
o teu riso
e tuas ironias.
*Já se passara a hora do almoço, comeria teus olhos se não brilhassem feito pedra
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